Internacional

Boeing da Ukraine International pode ter sido abatido por míssil

Os Estados Unidos entregaram ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informações importantes relacionadas à queda do Boeing 737-8KV prefixo UR-PSR da UIA Ukraine International Airlines no Irã. O conteúdo do material entregue não foi detalhado e será entregue para análise de especialistas.

Zelensky tinha feito um apelo para que EUA, Canadá e Reino Unido apresentassem evidências que comprovassem que a aeronave foi alvo de um míssil. Segundo ele, essa hipótese não está descartada, mas ainda não está confirmada. A tragédia deixou 176 mortos.

Na quinta (9), o jornal “The New York Times” divulgou um vídeo que aparenta mostrar o momento em que a aeronave foi atingida por um míssil. Veja o vídeo abaixo:

O premiê canadense, Justin Trudeau, disse que várias fontes de inteligência apontam que a aeronave foi derrubada por um míssil iraniano. Porém, ele ressaltou que a aeronave pode ter sido atingida acidentalmente.

“Temos inteligência de várias fontes, incluindo nossos aliados e nossa própria inteligência. As evidências indicam que o avião foi abatido por um míssil terra-ar iraniano. Pode ter sido não intencional”, declarou.

Trudeau disse que está em contato com a chancelaria iraniana — 63 passageiros que estavam no avião eram canadenses, e 138 deles tinham o Canadá como destino final. Teerã estaria mostrando abertura para permitir que agentes consulares canadenses fossem ao Irã para ajudar as famílias das vítimas.

Logo após a fala de Trudeau, o premiê britânico, Boris Johnson, corroborou a fala de seu colega do Canadá: “Existe agora um conjunto de informações de que o voo foi abatido por um míssil terra-ar iraniano. Pode ter sido não intencional “, declarou.

À imprensa americana, fontes oficiais (que falaram sob condição de anonimato) afirmaram que as agências de inteligência do governo dos Estados Unidos também creem que ao menos um míssil iraniano atingiu o avião comercial. Uma delas afirmou ao jornal “The New York Times” que as autoridades têm um “alto nível de confiança” sobre o que aconteceu, mas acreditam que a ação foi acidental.

Caixas-pretas

Uma autoridade iraniana declarou à agência Reuters que convidou formalmente um representante do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB, sigla em inglês) a participar da investigação. A Boeing disse que apoiaria o NTBS no inquérito.

Boeing 737-8KV prefixo UR-PSR da UIA Ukraine International Airlines

O Conselho de Segurança no Transporte do Canadá disse que também foi convidado por Teerã a participar das investigações.

Irã discorda

O chefe da Organização de Aviação Civil (OAC) do Irã disse ter a certeza de que o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines não foi atingido por um míssil, como alegam os governos de EUA, Canadá e Reino Unido.

— Podemos dizer com clareza que nenhum míssil atingiu a aeronave. Ela permaneceu no ar por um minuto e meio ainda em chamas, e os indícios no local da queda mostram que o piloto decidiu retornar ao aeroporto — declarou Ali Abizadeh.

Ele ainda confirmou que as caixas-pretas vão permanecer no Irã, pelo menos por enquanto. A expectativa é de que elas comecem a ser analisadas nesta sexta.

— Nós precisamos de programas e equipamentos que já estão disponíveis em nosso país. Mas se não conseguirmos extrair os dados por causa dos danos às caixas-pretas, aí vamos pedir ajuda a outros países.

Imagens mostradas pela mídia estatal iraniana mostraram, mais cedo, imagens dos equipamentos amassados, mas ainda não se sabe a extensão dos danos. Mesmo assim, Abizadeh disse que vai compartilhar os dados obtidos com os países envolvidos no inquérito, e pediu que eles também ajudem nas investigações, que podem durar até dois anos, segundo estimativas do governo local.

Representantes de agências de segurança aérea dos EUA, Canadá e França devem chegar a Teerã nos próximos dias, e uma equipe vinda da Ucrânia já está no país. Depois de uma relutância inicial, Abizadeh defendeu a participação da Boeing, fabricante da aeronave, nas investigações.

— Pedimos à Boeing que envie seu representante para participar do processo de leitura da caixa-preta — afirmou. — De acordo com as regras internacionais, representantes da agência de aviação civil do país onde ocorreu a queda, do país que emitiu o certificado à aeronave (Ucrânia), do fabricante (Boeing), e do fabricante das turbinas (França e EUA) podem participar da investigação.

Nos primeiros momentos após o desastre com o voo 752 da Ukraine International, o Irã afirmou de maneira categórica que não iria compartilhar os dados com a Boeing ou com autoridades americanas. No entanto, mudou de opinião nesta quinta-feira, passando a defender a participação da empresa e convidando um representante da Junta de Segurança dos Transportes dos EUA.

Fontes: G1 / O Globo

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