Militar

FAB receberá em novembro primeiro caça Gripen fabricado no Brasil

O Brasil está prestes a operar o primeiro caça supersônico Saab Gripen construído em solo latino-americano. A aeronave está programada para iniciar suas operações no segundo semestre. Este desenvolvimento representa um avanço para a indústria nacional, capacitando o país a produzir uma aeronave de defesa com capacidade de voar em velocidades superiores a Mach 2.

A produção do Gripen no Brasil é centralizada em duas unidades industriais: uma da Saab, em São Bernardo do Campo, e outra da Embraer, em Gavião Peixoto, ambas no estado de São Paulo. Além das linhas de montagem, a Saab estabeleceu o Centro de Ensaios em Voo do Gripen e o Centro de Design na Embraer, dedicados ao programa. O objetivo é consolidar este conjunto de instalações e empresas parceiras em um polo de produção para exportação da aeronave.

O programa de transferência de tecnologia associado ao Gripen é considerado pela Saab como o maior já realizado pela empresa e a maior exportação sueca até o momento. Cerca de 350 profissionais brasileiros foram treinados na fábrica da Saab na Suécia. Estima-se que o projeto gere entre 10.000 e 13.000 empregos diretos no Brasil, envolvendo a Saab e empresas parceiras como Embraer, Akaer, AEL Sistemas e Atech. A colaboração entre Embraer e Saab é destacada por ambas as empresas como um exemplo de parceria com resultados significativos.

A Akaer, especializada em sistemas de defesa e sediada em São José dos Campos, é um exemplo do impacto do contrato de US$ 4 bilhões, que prevê a entrega de infraestrutura e 36 aeronaves (nove das quais já se encontram no Brasil).

O Gripen tem sido reconhecido por sua tecnologia embarcada, baixos custos de manutenção e alta confiabilidade. Uma de suas características distintivas é a capacidade de pousar e decolar em pistas com menos de 600 metros. Em termos de desempenho, pode voar entre São Paulo e Rio de Janeiro em aproximadamente doze minutos a velocidade máxima.

A performance do caça foi destacada durante o Exercício Cruzeiro do Sul (Cruzex), realizado em novembro, onde o Gripen participou de combates aéreos com aeronaves de dezesseis nações. A Força Aérea Brasileira comentou que o desempenho da aeronave “ficou acima das expectativas”.

Considerado um caça de geração 4.5, o contrato brasileiro do Gripen foi objeto de questionamento por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Fonte: Veja

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