A movimentação de aeronaves chegando à Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte, para o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) foi intensa neste fim de semana. Entre sexta (01) e domingo (03), pousaram a maioria dos meios aéreos previstos para o maior treinamento de guerra da América Latina.
A Cruzex 2024, que será realizada de 03 a 15 de novembro, envolverá cerca de 100 aeronaves e mais de 3.600 militares em um exercício multinacional e operacional organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2002 e que visa o treinamento conjunto em cenários de conflito, promovendo a troca de experiências entre os países participantes.
Neste ano, 16 países participam, sendo o Brasil com os caças F-39 Gripen, F-5EM, A-1, A-29B, aviões de transporte C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium, E-99M e helicóptero H-36 Caracal da FAB, além do A4 da Marinha do Brasil (N-1021); a Argentina, com IA-63 Pampa e KC-130H; o Chile com o KC-135 e F-16; a Colômbia com KC-767 (FAC1202); os Estados Unidos com F-15C pertencentes a 159ª Ala da Guarda Aérea Nacional da Louisiana e KC-46 (767); Paraguai com Embraer AT-27 e CASA C-212 Aviocar (FAP2035); Peru com Korean Aerospace Industries KT-1P e KC-130; e Portugal com KC-390 (26902).
Colombia
A primeira aeronave estrangeira a pousar na Base Aérea de Natal foi o Boeing KC-767 “Júpiter” da Força Aérea Colombiana (FAC). A aeronave de transporte e reabastecimento em voo (REVO) matrícula FAC1202 pousou na quinta (31/10) procedente de Bogotá.
Argentina
– IA-63 Pampa (4)
– KC-130H (1 – TC-70)
Peru
– KT-1P (5 – 433, 436, 437, 442 e 447)
– KC-130 (1 – 393)
Chile
– F-16 (5 – 852, 853, 856, 857, 859)
– KC-135 (1 – 982)
Para logistica a FACh usou o Boeing 737-330(QC) prefixo 922 que pousou em Parnamirim na sexta (1).
Estados Unidos
– F-15C (6 – 81-0036, 82-0010, 82-0017, 83-0024, 85-0102 e 86-0174)
– KC-46 (1)
No voo de translado foram apoiados pelo Boeing KC-46A Pegasus (21-46096) e dois Boeing KC-135R Stratotanker (60-0313 e 60-0366) que retornaram aos EUA ainda em rota. Na logística para transporte de equipamentos e militares, os americanos enviaram alguns C-17A Globemaster III (dentre eles o 01-0192 na sexta (1) e o 93-0600 no sábado (3)).
Paraguai
– Embraer AT-27 Tucano (3 – 1052, 1053, 1058)
Os AT-27 usaram o callsign Moros e indicativo de radar do lider MOROS52, nome do esquadrão que opera as aeronaves.
Portugal
Na sexta(01), chegou o Embraer KC-390 Millennium da Força Aérea Portuguesa prefixo 26902, uma das duas deste modelo operada pela Esquadra 506 Rinocerontes da FAP.
Edição de 2024
O exercício será dividido em três etapas:
– a primeira, chamada FAM (Familiarization), consistirá em voos de familiarização na região, permitindo que as tripulações se adaptem à Área de Operações;
– a segunda, FIT (Forces Integration Training), promoverá a integração entre as diversas Forças Aéreas participantes;
– a última etapa envolverá voos em cenários pré-planejados e com diversas aeronaves, conhecidos como Composite Air Operations (COMAO) ou Missões Aéreas Compostas.
Sob direção do Comandante da BANT, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende, a CRUZEX 2024 tem o objetivo de manter a atualização das táticas, técnicas e procedimentos em missões aéreas compostas, preparando nossas Forças para cenários de guerra convencional e enfrentando desafios complexos. “Além disso, reforço a importância do exercício na contribuição para a ordem e a paz mundial, além da manutenção da soberania e integridade territorial do Brasil”, enfatizou.
Com um foco especial em defesa cibernética, defesa antiaérea e controle satelital, a CRUZEX 2024 promete ser um marco na preparação e integração das Forças Armadas do Brasil e de seus aliados, fortalecendo a capacidade operacional das Forças Armadas brasileiras, além de promover a cooperação internacional, essencial em tempos de crise e operações militares complexas.
Novidades
Uma das principais novidades é a introdução da CRUZEX Cyber, uma simulação cibernética projetada para melhorar a segurança dos sistemas críticos que sustentam as operações aeroespaciais.
A simulação adota um modelo de Capture The Flag (CTF), no qual as forças participantes serão desafiadas a proteger e atacar sistemas virtuais. Essa abordagem reflete a crescente importância da guerra cibernética no contexto militar contemporâneo, capacitando as Forças Armadas a lidar com ameaças emergentes nesse domínio.
Neste sentido, o Diretor da CRUZEX 2024, Brigadeiro do Ar Rezende, comenta sobre a relevância dessas inovações para a capacitação das Forças Armadas brasileiras e seus aliados, bem como para a cooperação internacional em tempos de incerteza. “A introdução do domínio cibernético e a diversidade de aeronaves nos permitem fortalecer nossas capacidades e garantir que estamos preparados para os desafios atuais e futuros”, conclui.
Fonte: FAB