Atualizado 10/8 12:37 – O ATR 72-500 prefixo PS-VPB caiu na região do bairro Capela, em Vinhedo (SP), no início da tarde desta sexta (9). A Polícia Militar informou que recebeu o chamado às 13h28 na rua João Edueta, próximo a rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), e enviou equipes ao local.
Segundo a companhia aérea Voepass Linhas Aéreas, o voo PTB2283, com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo, saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). Esse modelo de aeronave comporta 68 passageiros.
A Prefeitura de Valinhos, cidade vizinha a Vinhedo, informou em nota que não há sobreviventes no acidente. Foi o maior desastre aéreo do país em número de vítimas desde 2007.
Hospitais de Vinhedo e Valinhos (SP), cidade vizinha, foram mobilizados para receber possíveis feridos. O Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Militar atendenderam a ocorrência no local.
Tempo
Segundo o serviço de metereologia, foi detectado formação de gelo na altitude em que se encontrava a aeronave: SEV ICE FL120/FL210.
Piloto de voo anterior relatou gelo
Um piloto de Airbus A320 que voou nesta sexta para Guarulhos chegou a fazer um reporte de formação de gelo na janela lateral da cabine para o controle de tráfego aéreo, um fato raro.
— Eu reportei para o controle. Fiz minha função, avisei o controle: ‘ó, formação de gelo severo. Fica a informação, passa para os colegas’.
Segundo o piloto, essa é a primeira vez em 16 anos de voo em que algo semelhante acontece com uma aeronave que ele pilota.
— Agora vai ter investigação, eu reportei. Isso vai estar lá. Eu nunca vi, formou gelo na minha janela lateral — ressaltou.
Nota FAB
A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionada para atuar na ocorrência da queda da aeronave da Passaredo, de matrícula PTB 2283, registrada na tarde desta sexta-feira (09/08), em Vinhedo (SP).
Investigadores do CENIPA e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência.
Nota companhia aérea
A VOEPASS Linhas Aéreas informa a ocorrência de um acidente envolvendo o voo 2283- avião PS – VPB, nesta sexta-feira, dia 09 de agosto, na região de Vinhedo/SP. A aeronave decolou de Cascavel/PR com destino ao Aeroporto de Guarulhos, com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo.
A VOEPASS acionou todos os meios para apoiar os envolvidos. Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo.
A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores.
Nota aeroporto de Cascavel
A gestão do Aeroporto Regional de Cascavel informa que aguarda informações da companhia aérea Passaredo que, no momento, é o único órgão que detém informações oficiais.
Uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas.
A aeronave que saiu do Aeroporto Regional de Cascavel com destino a Guarulhos, caiu cidade de Vinhedo, São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).
Nota Ministério Portos e Aeroportos
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lamenta profundamente o acidente envolvendo a aeronave com passageiros, ocorrida em Vinhedo-SP, no início da tarde desta sexta-feira (9), e manifesta solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está acompanhando a prestação do atendimento aos familiares pela empresa aérea, bem como adota as providências necessárias para averiguação da situação regulamentar da aeronave e dos tripulantes, no âmbito de suas atribuições.
O Governo Federal acompanha ainda os desdobramentos das investigações oficiais sob competência do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Acidente
O engenheiro aeronáutico Celos Faria de Souza, perito criminal em acidentes aeronáuticos e diretor da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo), com base em imagens da queda do avião da Voepass, em Vinhedo, tem duas hipóteses para o acidente, sendo que uma delas tem 95% de chance de ser a principal causa, diz ele.
— Havia previsão de formação de gelo na área do acidente. O gelo pode ter se formado na asa da aeronave e o sistema de degelo, por alguma razão, não funcionou. Com isso, o avião perde sustentação e cai da forma que vemos no vídeo — diz ele.
Ele observa que nas imagens é possível ver que a estrutura da aeronave está íntegra, sem avarias, o que reforça a tese do gelo na asa. Um piloto de A320 que voou hoje para Guarulhos chegou a fazer um reporte de formação de gelo na janela lateral da cabine, como um fato raro.
— Se tivesse que apostar na possível razão da queda, diria que há chance de 95% de que isso tenha provocado a queda — afirmou.
A outra hipótese, menos provável segundo o perito, é que a aeronave tenha sofrido um desbalanceamento durante o voo. Isso significa que uma possível carga dentro da aeronave tenha se movido para a parte de trás do avião, causando a perda de sustentação e a queda.
O avião ATR-72 da VoePass que saiu de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos (SP), estava próximo de iniciar os procedimentos de descida quando caiu próximo a Vinhedo. Segundo pilotos ouvidos pela reportagem, condições climáticas, com formação de gelo na região onde o avião perdeu o controle podem ter sido um fator contribuinte para o acidente.
O ATR-72 tinha 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Pelas imagens do momento da queda, o avião estava em voo de cruzeiro quando perdeu sustentação (stoll) e caiu na vertical em espiral — o que em manobras acrobáticas é conhecido como “parafuso achatado”.
Pilotos são treinados para recuperar o avião quando há perda de sustentação. No caso do avião da VoePass, o avião tinha altitude para em tese conseguir recuperar a sustentação, o que pode ser um indicativo que o gelo pode ter congelado a asa e o sistema de degelo não funcionou.
O ATR tem um sistema de degelo diferente dos jatos de Boeing e Airbus, e o avião voa em altitudes mais baixas e mais sujeitas a congelamento.
Fontes: G1. UOL, Globo