A Polícia Civil de Americana (SP) apura uma suspeita de fraude na venda de aeronaves. A investigação acontece em decorrência da apreensão de um avião e um helicóptero no Aeroporto Municipal, suspeitos de lavagem de dinheiro, que pertencem a um empresário do Espírito Santo proprietário de um hangar na cidade. Além do homem, outras cinco pessoas são suspeitas de participação no esquema.
A informação foi passada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) no domingo (29). A pasta não deu mais detalhes sobre o inquérito, que foi aberto pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Americana.
O avião e o helicóptero foram localizados no Aeroporto Municipal como resultado de uma investigação da Polícia Civil após a apreensão de 458 kg de cocaína em outro avião no Amazonas, no dia 23 de abril. A aeronave Piper Aircraft prefixo PT-CMV havia partido de Americana três dias antes e "teria sido vendida" por um piloto, que também tem um hangar no aeroporto do município, ao empresário. A Polícia Civil também apura fraude na venda do avião apreendido no Amazonas.
Foram apreendidos no Aeroporto de Americana um helicóptero modelo Robimson R44 II, prefixo PT-RGD, que havia sido adquirido por R$ 600 mil, e o avião Cessna Aircraft 402, prefixo PP-ATT, com capacidade para transporte de seis passageiros, comprado por R$ 400 mil. A ação aconteceu na quinta-feira (26) e foi informada pela Polícia Civil no sábado (28). O empresário e os outros investigados permanecem em liberdade. As aeronaves ficaram no aeroporto com os motores travados.
Na data da operação, a polícia fez buscas tanto no hangar do empresário como do piloto. Os bancos retirados da aeronave para transportar as drogas foram apreendidos na carroceria de um veículo modelo Ford Ranger, que também estava em um dos hangares, junto com o helicóptero. Já o avião estava abandonado no pátio do aeroporto, de acordo com o registro da ocorrência.
Sem torre de controle
A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou à EPTV e ao G1 que o Aeroporto Municipal de Americana não tem torre de controle. A Polícia Civil vai apurar a possibilidade disso facilitar o pouso e decolagem de aeronaves irregulares. De acordo com a aeronáutica, apesar de não haver a torre, todos os aviões neste aeródromo devem "realizar coordenação por meio da Frequência para Coordenação entre Aeronaves (FCA)".
A Prefeitura de Americana informou, em nota, que os pousos e decolagens, assim como os planos de voo do Aeroporto Municipal, são controlados pela torre de Campinas, assim como a verificação e acompanhamento da equipe do aeroporto local.
"Os registros de entrada e saída das aeronaves apreendidas, inclusive, foram entregues à Polícia Civil. A administração do aeroporto não tem o direito de investigar e vistoriar bagagens e material transportado, mas quando se percebe qualquer tipo de atitude suspeita a Guarda Municipal é acionada, assim como a Polícia", completa o texto da nota.
Apreensão no Amazonas
Na segunda-feira (23), quatro homens foram presos no aeroporto de Carauari, que fica a 788 km de Manaus (AM). A polícia foi acionada após a direção do aeroporto suspeitar da constante atividade de um avião sem identificação que abastecia no local diariamente. Entre os quatro presos, estavam um colombiano e o piloto, morador de Hortolândia (SP).
De acordo com a polícia, a aeronave pousou no local pelo menos quatro vezes em uma semana. Ela não tinha comunicação e pousava de forma clandestina. Ao chegar no aeroporto, a polícia desconfiou da atividade de dois homens que estavam no local. Eles tentaram avisar os suspeitos para fugirem, mas foram detidos.
Fonte: G1