Primeiro Ministro sueco é chamado para testemunhar em caso de corrupção sobre compra de jatos
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, foi convocado para testemunhar no mês que vem como testemunha em um caso brasileiro de corrupção envolvendo a compra de jatos de combate feita pelo Brasil, disse a Corte do Distrito de Estocolmo na quarta-feira (09/05).
Lofven será questionado em um tribunal sueco sobre seus contatos com os ex-presidentes do Brasil Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva em relação à compra brasileira de caças Saab Gripen em um acordo fechado há cinco anos.
O pedido de depor veio do Ministério da Justiça do Brasil em nome dos acusados, incluindo Lula, segundo um documento da corte visto pela Reuters. Os advogados de Lula dizem que o caso equivale a “perseguição política”.
Lofven, que não é suspeito de qualquer irregularidade, fez lobby para um acordo Gripen quando ele era o chefe do poderoso sindicato IF Metall. Ele se tornou presidente do Partido Social Democrata no início de 2012. Ele foi eleito primeiro-ministro no outono de 2014.
Uma porta-voz do primeiro-ministro sueco disse que Lofven ainda não recebeu uma intimação, mas que ele estava pronto para depor e responder a quaisquer perguntas no tribunal.
“Em seu papel como chefe sindical, era natural Stefan Lofven apoiar as exportações suecas”, disse a porta-voz Ingela Nilsson. “Isso inclui o caso do Gripen.”
O governo brasileiro anunciou no final de 2013 que havia escolhido o caça Gripen NG produzido pela Saab. O avião sueco venceu o F/A-18 Super Hornet da Boeing e o Rafale da França, produzido pela Dassault Aviation.
Os promotores brasileiros em 2016 acusaram formalmente Lula de usar sua influência sobre o governo assumido pela sua sucessora para ajudar a Saab a vencer a licitação de 36 caças.
Os advogados de Lula disseram que ele não desempenhou nenhum papel na compra do Gripen e buscam o depoimento do líder sueco para desmentir a alegação dos promotores de que o acordo foi alcançado em uma reunião entre Lula, Rousseff e Lofven em um hotel na África do Sul durante o funeral de Nelson Mandela em 2013.
A reunião nunca aconteceu, afirmou o escritório de advocacia Teixeira, Martins & Advogados, do Lula, em comunicado enviado por e-mail, segundo o qual o caso equivalia a “perseguição política”.
Lula entregou-se à polícia em abril para cumprir uma sentença de 12 anos de prisão por corrupção em um caso separado e ainda enfrenta vários julgamentos por acusações de corrupção.
Dilma não é acusada de qualquer irregularidade no caso.
Fonte: Reuters