Banco chinês acusa Itapemirim de desviar dinheiro para companhia aérea
O China Construction Bank Brasil, antigo BicBanco, está pedindo ao juiz da recuperação judicial da Viação Itapemirim que destitua o empresário Sidnei Piva da administração da empresa. O banco acusa o empresário de desviar recursos da empresa de ônibus, obtidos com a venda de ativos, para criar uma companhia aérea, sem a aprovação prévia dos credores. Cerca de 30% do dinheiro obtido com a venda de ativos teriam sido aplicados na companhia aérea e somente 27% para pagamento de credores, que reclamam que o plano não está sendo cumprido. O próprio banco chinês já pediu a falência da empresa, o que não foi ainda analisado pela Justiça. Além disso, o banco diz que a empresa está deficitária e pede que o juiz exija que Piva relacione as dívidas extraconcursais, o que inclui dívidas com o fisco e com o próprio CCB.
A Itapemirim pediu no início da semana o fim da recuperação judicial, alegando que está com todos os pagamentos do plano em dia. A empresa entende que credores que contestam o valor de seus créditos só teriam direito a receber depois de decisões definitivas na Justiça, ou seja, com trânsito em julgado. Além disso, alega que o plano prevê que após 12 meses da homologação, não precisariam usar os recursos obtidos com a venda de ativos para pagar credores, o que é contestado pelo banco chinês. Em entrevista ao Radar Econômico, há duas semanas, Piva contou que o fim da recuperação judicial é fundamental para os planos de investimento bilionário de fundos árabes na companhia aérea ITA que começou a vender passagens e vai fazer seu primeiro voo comercial no fim de junho. Piva também garantiu que fez acordo com os fiscos para pagamento da dívida bilionária. O pedido para o fim da recuperação judicial ainda não foi avaliado pela Justiça.
Veja nota enviada pela Itapemirim:
“O Grupo Itapemirim informa que o credor está recebendo o valor do seu crédito nos termos do plano de recuperação judicial, em parcelas mensais de R$ 100 mil, devidamente comprovados nos autos do processo nº 1108214-64.2020.8.26.0100. O plano de recuperação judicial prevê a possibilidade de alienação, locação ou arrendamento de todos seus bens e ativos, visando fomentar a operação, seja em relação a novos investimentos/projeto e/ou substituição da frota de veículos. Conforme disposto no plano de recuperação judicial aprovado pelo próprio credor China Construction Bank Brasil, o Grupo Itapemirim está autorizado a realizar novos projetos, por ora, direcionado ao setor aéreo.”
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Fonte: Veja