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Acidente com o Airbus A330 da Air France F-GZCP voo AF447

Qui Jun 01, 2017 12:20 pm

Oito anos depois do acidente do voo AF447, famílias ainda buscam por Justiça

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O acidente com o Airbus 330 da companhia Air France, que fazia a ligação entre Rio e Paris e caiu no meio do oceano Atlântico, deixando 228 mortos, completa 8 anos nesta quarta-feira. Depois de quase uma década, as famílias, que se recusam a aceitar as conclusões do relatório final apresentado em 2012 pela BEA, a agência civil da aviação francesa que investiga acidentes aéreos, buscam na Justiça que o fabricante seja responsabilizado.

Em função do fuso horário, todos os anos, as cerimônias se repetem no dia 31, no Leblon, no Rio, e dia 1° no cemitério do Père Lachaise, em Paris, onde foi construído um monumento em homenagem às vítimas de um dos piores acidentes da aviação francesa. Mas longe desses dois locais se trava uma batalha na Justiça entre as famílias e as empresas Air France e Airbus que respondem a um processo criminal. Os juízes responsáveis pelo caso agora pediram uma nova perícia independente, cujo parecer será divulgado no dia 3 de setembro.

Se o laudo for favorável às famílias, o fabricante, acusado pelas falhas técnicas, e a companhia Air France, pelo treinamento inapropriado dado aos pilotos, serão julgados no tribunal – por enquanto, o processo ainda está na chamada fase de “instrução”, que antecede o julgamento no Tribunal Correcional. “Esperamos, que de uma vez por todas, o inquérito possa avançar”, disse a presidente da Associação Francesa dos Familiares das Vítimas, Danielle Lamy, Entraide et Solidarité, que perdeu seu filho, Eric Lamy, no acidente.

“Na prática, a contra-expertise reabre todos as frentes de investigação sobre as verdadeiras causas da queda do AF-447, em especial sobre a eventual culpabilidade de duas partes: a Airbus, fabricante da aeronave e a Air France; companhia à qual o avião pertencia e empregadora dos pilotos”, diz o texto do comunicado divulgado pela Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447. Segundo o texto, o pedido de parecer técnico independente é o terceiro solicitado pelo Ministério Público e pela Justiça da França.

Versão inaceitável

O inquérito se arrasta desde a tragédia e visa esclarecer o que é considerado inaceitável pelos familiares e contestado por especialistas em aviação: a versão do relatório final, que em resumo culpa os pilotos pela tragédia. Depois da análise das caixas-pretas do voo, encontradas quase dois anos depois, os investigadores do BEA concluíram que a sequência de falhas mecânicas associada a manobras errôneas executadas pelo co-piloto, conduziu à catástrofe.

Tudo começou com o congelamento dos sensores Pitot, que medem a velocidade do avião, e passou a enviar informações errôneas, levando à desativação do piloto automático e à perda de sustentação do avião. O diretor de voo, que fornece dados e parâmetros, orientou os pilotos a ganharem altitude – sendo que eles deveriam empurrar o nariz do Airbus para baixo, ou picar o avião. A conclusão final da agência, entretanto, é de que o avião poderia ter se estabilizado e pousado normalmente em Paris, independentemente dos problemas técnicos. Uma versão contestada pelas famílias, que pretende responsabilizar a Air France e Airbus.
 
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Re: Acidente com o Airbus A330 da Air France F-GZCP voo AF447

Qua Fev 03, 2021 11:37 am

Acidente pode virar caso criminal envolvendo Airbus e Air France

A Air France e a Airbus podem ser julgadas por homicídio culposo, decidiu uma promotoria de Paris no processo envolvendo o acidente do voo AF447, que ocorreu em 2009.

Uma audiência para decidir sobre essa questão foi agendada para 04 de março deste ano, quando os juízes vão decidir se a Air France e a Airbus são culpadas pelas mortes do acidente.

De acordo com o Le Parisien, o promotor de Paris agora afirma que houve “violações repreensíveis” por parte da Air France, especialmente no treinamento da tripulação, e diz que a Airbus subestimou os riscos representados pelo gelo nos sensores.

Na última decisão, firmada em 2019, os juízes decidiram que os pilotos do Airbus A330 não conseguiram processar todos os alertas e as leituras de instrumentos fornecidas pelo avião.

O avião caiu no oceano depois de entrar em estol e despencar de uma altitude de 38.000 pés durante uma tempestade. Seus motores funcionavam, mas as asas perderam a sustentação.

No final a culpa foi atribuída totalmente aos pilotos, com alerta para a Air France sobre o treinamento dos seus tripulantes, e para a Airbus sobre a questão das velocidades, mas sem maiores consequências para as duas empresas.

Desta forma, se o processo criminal prosseguir, o desfecho do acidente com o voo AF447 pode ser diferente, com consequências graves para as duas empresas envolvidas.

Fonte: Aeroflap

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