Cresce demanda nos aeroportos da Zona da Mata
Na contramão do cenário nacional, que mostrou queda da demanda por voos em 2018, o aeroporto da Zona da Mata viram as atividades crescerem ao longo do ano, dada as devidas especificidades. O número de passageiros no Aeroporto Presidente Itamar Franco, localizado entre Goianá e Rio Novo, foi de 139.344 entre 1º de janeiro e 15 de dezembro.
O total representa aumento de 7,15% em comparação com os 130.035 embarques e desembarques ocorridos em 2017. Já o Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora, registrou 8.306 operações, entre pousos e decolagens de voos particulares e de instrução, até o último dia 15. Os números do ano passado não foram contabilizados por conta do término do contrato com a antiga empresa administradora, o que fez com que o terminal ficasse sem operadores durante o segundo semestre.
No Itamar Franco, atuam as companhias Azul Linhas Aéreas e Gol Linhas Inteligentes. A primeira opera voos para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Já a segunda iniciou o ano com oferta de voos para Congonhas, em São Paulo, e Pampulha, em Belo Horizonte. No entanto, desde o dia 4 de agosto, a linha para a capital mineira foi cancelada devido às restrições dos voos regionais no terminal em questão. Devido ao fato, o número de voos semanais realizados em Goianá caiu de 24 para 18.
Na avaliação da administração, a expectativa é de que as atividades possam crescer mais em 2019. “Consideramos 2018 como um ano favorável, pois verificamos aumento do número de passageiros. Acreditamos que este crescimento ocorreu devido à inclusão do destino para Belo Horizonte por parte da Gol. Para o próximo ano, esperamos buscar novas oportunidades junto às empresas aéreas a fim de oferecer condições cada vez melhores aos usuários. Além disso, esperamos concluir o processo de alfandegamento do Terminal de Cargas até março.”
Serrinha é o 3º mais movimentado em Minas
O total de 8.306 operações realizadas no Serrinha, desde janeiro até o último dia 15, corresponde a uma média de 830 movimentações por mês, entre pousos e decolagens. Os números colocam o aeroporto no patamar do terceiro mais movimentado do estado, atrás apenas dos terminais de Confins, em Belo Horizonte, e de Uberlândia, conforme informações divulgadas pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A comparação é feita pela média de pousos e decolagens realizadas nos aeroportos. Os outros dois terminais citados realizam voos comerciais e também transporte de cargas. “Percebemos o aumento mensal da movimentação em virtude da presença de uma empresa apta a administrar o equipamento”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Rômulo Veiga.
Ele relembra que, em agosto de 2017, o contrato com a empresa concessionária que administrava o aeroporto foi suspenso. Apenas em janeiro de 2018 a nova empresa assumiu a administração. Neste lapso, Rômulo explica que não foram cobradas taxas de pousos, decolagens e tarifas aeroportuárias de navegação, uma vez que não havia operadores aptos a fazê-las. “O balanço de 2018 é positivo, pois houve um avanço no que diz respeito à modelagem de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), apoiado pelo BDMG, com o objetivo de se transformar em uma parceria público-privada (PPP), fazendo com que o equipamento seja utilizado em sua máxima potencialidade, desonerando o Município de despesas. Além disso, houve recuperação de parte da infraestrutura do sítio aeroportuário.”
Apesar do interesse citado pelo secretário, o Serrinha ainda não foi contemplado pelos editais de chamamento para PMI. No final de dezembro, a Prefeitura lançou dois documentos, um referente ao complexo esportivo – que inclui o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio e o Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos (em construção), com uma área de estacionamento – e outro a um complexo comercial e de serviços, que abrange o projeto de edifício garagem. Procurada pela Tribuna, a assessoria da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) não informou o motivo de o Serrinha não ter sido objeto de chamamento.
Para 2019, as expectativas incluem a conclusão do processo de PPP e o apoio às iniciativas do Aeroclube de Juiz de Fora e da empresa administradora na busca por novas oportunidades de negócios. “Neste sentido, o Aeroclube investe e busca alternativas de qualificação profissional, prospectando novas parcerias para qualificação de mecânicos, comissários, complementando, assim, a formação de pilotos, já consolidada”, explica Rômulo.
No país
Os dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que a demanda por voos domésticos no país reduziu ao patamar de 2011. Além da crise econômica, que impactou diretamente o número de consumidores, as companhias enfrentaram a alta dos combustíveis e a variação do câmbio ao longo de 2018, fatores que contribuíram para redução das operações.
Fonte: Tribuna de Minas