Há exatos 79 anos, no dia 22 de abril de 1945, os valentes Aviadores do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA), realizaram, nos céus da Itália, 44 missões de guerra em um único dia. Em um esforço quase sobre-humano, aquele seleto e reduzido time de pilotos e mecânicos brasileiros estabeleceu essa impressionante marca, a qual não foi suplantada ao longo de toda a campanha da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Por esse motivo, nesta data, comemora-se o Dia da Aviação de Caça Brasileira.
Para celebrar o feito, aconteceu na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 19 e 22/04, a Reunião da Aviação de Caça (RAC), onde Oficiais e Graduados de ontem e de hoje se reuniram para troca de experiências, reuniões doutrinárias e intercâmbio operacional.
Reunião da Aviação de Caça
Iniciando o ciclo de reuniões doutrinárias e com a participação de diversos Oficiais da Ativa e da Reserva, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, apresentou à audiência um briefing sobre o legado dos veteranos, bem como o presente e as perspectivas futuras da Aviação de Caça brasileira.
No ano em que são lembrados os 30 anos da partida do Brigadeiro Nero Moura, o Comandante da Aeronáutica destacou, dentre outros atributos, a sua liderança, e enfatizou a importância de honrar a sua memória, preservar o seu legado e de seguir seus passos com dignidade e orgulho.
Abordando temas relativos às últimas tecnologias em aeronaves de combate, táticas de voo, treinamento de pilotos e operações conjuntas, o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, enfatizou a importância do estudo constante, da disciplina e do preparo físico para que as tripulações continuem mantendo o braço armado da Força Aérea em patamares elevados.
Cerimônia do P-47
Dando continuidade aos eventos relativos à RAC, foi realizada, no dia 22 de abril, a Cerimônia do P-47, evento tradicional que traz à memória a luta, a garra, o companheirismo e o altruísmo dos veteranos. Após o acendimento da pira, que representa a chama do ideal presente no espírito do piloto de caça, ato realizado pelo Tenente Aviador José Anchieta Fernandes Liberato Filho enquanto a banda de música executava o Hino Guarani, o Comandante do 1° GAVCA, Tenente-Coronel Felipe da Silva Ribeiro, proferiu algumas palavras. Nelas, relembrou o heroísmo e a dedicação dos pilotos brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial, além de destacar o nome dos nove aviadores falecidos durante o conflito, os quais foram homenageados com honras militares.
Em seguida, o Comandante da Aeronáutica, acompanhado do Major Especialista João Rodrigues Filho, veterano de guerra, e do Tenente-Coronel Ribeiro, prestaram uma homenagem ao Brigadeiro do Ar Nero Moura, primeiro e eterno Comandante do 1° GAVCA, cujos restos mortais repousam na praça da lendária aeronave. O veterano também hasteou a “Flâmula do Jambock”, utilizada nos acampamentos na Itália durante o conflito.
Cerimônia Militar
Em ato contínuo, os presentes se dirigiram ao pátio operacional da BASC onde, presidida pelo Tenente-Brigadeiro Damasceno, com a presença dos Ex-Comandantes da Aeronáutica, Tenentes-Brigadeiros do Ar Carlos de Almeida Baptista, Juniti Saito e Nivaldo Luiz Rossato, bem como demais autoridades civis e militares, foi realizada a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Caça. Abrilhantaram o evento, ainda, amigos e familiares dos veteranos do 1° GAVCA.
O evento marca a entrega de troféus aos pilotos mais eficientes de cada Unidade Aérea, aqueles que obtiveram destaque nos campos operacional, intelectual e desportivo no ano de 2023, a concessão do Prêmio Pacau-Magalhães Motta, que visa estimular o estudo e a pesquisa de assuntos referentes ao emprego da aviação de caça, e a imposição da Medalha “Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”.
Durante a leitura da Ordem do Dia, assinada pelo Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, a sólida herança de coragem e lealdade deixada pelos veteranos foi exaltada. A Aviação de Caça, forjada na Segunda Guerra Mundial, emerge como um símbolo de bravura e altruísmo, trilhando uma jornada de incansável dedicação e aperfeiçoamento. Sob a liderança do Tenente-Coronel Aviador Nero Moura, os Jambocks demonstraram sua abnegação e valor nos céus da Itália, erguendo as asas do Brasil com coragem e excelência.
Destacaram-se na cerimônia como uma atração a parte os sobrevoos das aeronaves de caça A-1M, A-29, F-5M e F-39 Gripen. A solenidade foi encerrada com o desfile da tropa, composta pelos grupamentos da Base Aérea de Santa Cruz e pelos pilotos de caça da ativa e da reserva, escoltados pelos veículos militares do Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ), ao som do hino oficial da Aviação de Caça, a canção “Carnaval em Veneza”.
Fonte: FAB – Fotos: Suboficial Neuber / BASC e Sargento Neris / CECOMSAER