Militar

FAB realiza Exercício Conjunto Tápio em Campo Grande


Entre os dias 16 de agosto e 3 de setembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza a segunda fase do Exercício Conjunto (EXCON) Tápio 2021, na Base Aérea de Campo Grande (BACG), no Mato Grosso do Sul. A primeira fase da Tápio ocorreu, de 10 a 13 de agosto, na Serra do Cachimbo, em Novo Progresso (PA).

Ao todo, 29 aeronaves participam da operação. A edição de 2021 conta com a presença de dois helicópteros Sikorsky Pave Hawk da Força Aérea dos Estados Unidos, além de 80 soldados norte-americanos, dentre eles, grupos PJ (Pararescue Jumper) e JTAC (Pararescue Jumper e Joint Tactical Air Controller).

Cobertura Tápio 2020: FAB realiza Exercício Operacional Tápio em Campo Grande

Também participam intensivistas de Cuidados Críticos e Ressucitacao (CCR – Critical Care and Resuscitation) e militares do Corpo de Bombeiros da regiao.

Sao 900 militares envolvidos diretamente. Alguns atuam somente durante a ação devido a pandemia da Covid-19, por isso a movimentação reduzida de pessoas e aeronaves na área operacional.

Pátio da Base Aérea de Campo Grande (BACG) durante a EXCON Tapio

Apesar de poucas horas de voo em relação a outros exercicios, é exigida muita coordenação devido a complexidade dos vários atores atuando no cenário do EXCON.

Objetivo

O Exercício, que está na sua quarta edição, possui como objetivo o adestramento das Unidades Aéreas (Aviações de Caça, Transporte, Reconhecimento e Asas Rotativas) e de Infantaria.

O foco da edição 2021 é o Combat search and rescue (CSAR), tipo de missão na qual tropas, normalmente aero-transportadas, adentram território inimigo com a missão de resgatar civis, combatentes amigos ou de acidente, podendo ou não necessitar de cuidados médicos, com a força oponente oferecendo resistência no ambiente.

Portfolio característico dos profissionais que trabalham na BACG, sede do 2º/10º GAv Esquadrão Pelicano, que operam as aeronaves CASA SC-105 Persuader, de busca e salvamento (SAR – Search and Rescue), que ficam em alerta 24/7, além do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, da Força Aérea Brasileira, conhecido como PARA-SAR.

Decolagem dos Sikorsky H-60 FAB8905 e FAB8913 da RWY24 de Campo Grande

Cenário

As operações acontecem a Oeste da cidade de Campo Grande, principalmente nas regiões de Dois Irmaos, Aquidauana, Nioaque e Bodequema.

São realizadas diversas missões que simulam um cenário de guerra não convencional, destacando as missões aéreas compostas (COMAO – Composite Air Operation), onde aeronaves de diferentes Aviações e Unidades decolam em um periodo reduzido de tempo para realizar missões complementares em prol de um objetivo comum.

Também são treinadas ações para participação da FAB em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), caso seja solicitada, provendo ajuda humanitária e contribuindo para a ordem e a paz mundial.

Ações

As forças atuam recebendo dados do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que enviam atualizações constantes obtidas por satélites para as aeronaves e militares.

Os caças Embraer A-1AM e A-1BM AMX desempenham missões de Controle Aéreo Avançado, utilizando sensores Litening e Reccelite. Fora da cobertura da maioria dos sistemas de defesa antiaérea, o piloto do AMX pode repassar informações detalhadas como a presença de inimigo na área. O caça também é capaz de realizar ataques ar-solo e combate aéreo.

Embraer A-1AM AMX com sensor

Os aviões Embraer E-99 e R-99 fazem a função AWACS (missão Aeroavançado e Controle de Alarme de Voo) em busca de alvos aéreos (E-99) e terrestres (R-99).

O CASA SC-105 Amazonas atua como aeronave de busca e salvamento. A nova versão, com torreta eletro-ótica, permite “apontar” para tripulações de helicópteros ou militares em solo que utilizem óculos de visão noturna (NVG). No EXCON, um SC-105 emitiu um feixe laser para o ponto onde estava um militar para guiar as tripulações dos helicópteros de resgate. O C-105 também pode ser usado para lançamento de paraquedistas.

Os helicópteros H-60 Blackhawk e H-36 Caracal transportam as forças especiais até os locais de interesse com a cobertura dos Embraer A-29 Super Tucano, aeronaves capazes de neutralizar ameaças terrestres e proteger a força amiga de helicópteros inimigos (Apoio Aéreo Aproximado) e aviões de pequeno porte.

Decolagem dos Embraer A-29 da RWY24 em missão de Apoio Aéreo Aproximado

Dentre outras ações da FAB, destaca-se:
– Fornecimento de suprimentos;
– Infiltração e ações diretas,
– Combate SAR clássico.

Coordenação

A coordenação fica a cargo do Comando de Preparo (COMPREP) da FAB e com a participação do Comando de Operações Especiais (COpEsp), do Exército Brasileiro; o Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC), da Marinha; e o Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais, também da Marinha, o exercício Tápio passar a ser chamado de EXCON (antes denomidada EXOP).

Estados Unidos

Além das aeronaves da FAB, a Força Aérea dos EUA (USAF – Unites States Air Force) participa do EXCON com os helicópteros HH-60G do 101st Rescue Squadron (Esquadrao de Resgate), matriculas 02-26970 e 05-27065, pertecentes a 106th Rescue Wing (Ala de Resgate) da Guarda Aerea Nacional (Air National Guard), sediados em New York.

O HH-60G é um derivado do UH-60 Black Hawk e incorpora o programa de sistemas eletrônicos PAVE (Precision Acquisition Vehicle Entry) da USAF. O HH-60 / MH-60 é um membro da família Sikorsky S-70.

A missão principal do HH-60G Pave Hawk é a recuperação de pessoal em condições hostis, incluindo busca e resgate em combate, em operações diurnas ou noturnas. Devido à sua versatilidade, o HH-60G também pode realizar operações em tempos de paz, como busca e resgate civil, evacuação aeromédica de emergência (MEDEVAC), socorro em desastres, ajuda internacional e atividades antidrogas.

A presença norte-americana ajuda nas experiências reais, com as forças atuando em “guerra assimétrica”, no combate a grupos de guerrilha ou terrorismo. Situação que os Estados Unidos e seus aliados enfrentam nos conflitos mais recentes, um desafio para as Forças Armadas do Brasil em caso da participação em uma futura missão de paz da ONU.

Clique no link para visualizar foto 360º da cabine do HH-60G da USAF:
https://360.aerotv.com.br/2021/08/30/painel-do-embraer-e-120-brasilia-da-fab

O transporte das aeronaves e dos militares norte-americanos foram feitos por duas aeronaves Boeing C-17 Globemaster, que pousaram em Campo Grande no sábado (21/8). Os cargueiros voltam ao Brasil para o embarque dos helicópteros e tropas de retorno aos Estados Unidos.

Bioseguranca

A Comissão de Vigilância em Saúde do EXCON possui controle usando QRCode dos locais de hospedagem e também das dependências da BACG para fins de monitoramento. Caso algum militar seja infectado, será possível recuperar os locais onde este participante circulou e os horários, permitindo, assim, identificar possíveis contatos com outros militares do Exercício.

Foi criado meios de isolamentos para casos leves a moderados. Em casos mais graves, o 1/15º GAv Esquadrão Onça efetuará a evacuação para os hospitais das Forcas Armadas.

Para entrada na BACG, foi exigido a imunização completa ou a comprovação de teste negativo, além da permanência do uso de máscara durante todo o periodo, para manter o ambiente do Exercício sem incidentes de infecção.

Media Day

Na quinta, 26 de agosto, a Força Aérea Brasileira convidou a imprensa local e especializada para uma visita a Base Aérea de Campo Grande (BACG), local da realização do EXCON.

Clique no link para visualizar foto 360º da cabine do C-97 FAB2018:
https://360.aerotv.com.br/2021/08/30/painel-do-embraer-e-120-brasilia-da-fab

Clique no link para visualizar foto 360º da cabine de passageiros do C-97 da FAB:
https://360.aerotv.com.br/2021/08/30/painel-do-embraer-e-120-brasilia-da-fab

O Diretor do Exercício e Comandante da BACG, Brigadeiro do Ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, deu as boas vindas no auditório da BACG e realizou uma conferência com os detalhes do Exercicio e seus objetivos.

Brigadeiro do Ar Clauco Fernando Vieira Rossetto

“O EXCON Tápio capacita a operação de maneira integrada e harmônica, características necessárias para que, em uma situação de conflito, as Forças domínem os seus ambientes  e impeçam resposta igual do inimigo”, explicou o Brigadeiro Rossetto.

“Também nos capacita para a pronta-resposta em diversas missões que são executadas pela Força”, completou.

Depois do briefing, os convidados seguiram para o hangar do Esquadrão Onça, onde as aeronaves Embraer A-29A matrícula FAB5715, Embraer A-1AM AMX matrícula FAB5523 e o Sikorsky H-60L matrícula FAB8903 estavam em exposição estática.

Após a visita ao hangar do 1º/15º GAv, a imprensa se dirigiu para a área operacional, onde foi possível registrar algumas das aeronaves utilizadas no Exercício.

A midia também presenciou uma demonstração outdoor de APH Tático (Atendimento pré-hospitalar tático), onde uma equipe simulou o resgate de um sobrevivente de acidente aéreo em ambiente inimigo, primeiros socorros e evacuação.

“A Base Aérea de Campo Grande possui ambiente dedicado permanente para atividades de cuidados médicos no campo tático, além de trabalhos de infantaria e progressões operacionais” explicou o Major Pascale antes da apresentacao.

A área possui, alem de carcaças de helicópteros H-1H, uma edificação simulando um bairro ou força de guerrilha que oferece ameaça para a equipe de socorro.

Agradecimentos:
– Força Aérea Brasileira / Cecomsaer;
– Major Alle, Capitão Lyra, Tenente Emilia;
– Base Aérea de Brasilia / Base Aérea de Campo Grande / 6º ETA.

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